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Meu filho e a voz dos códigos

Nunca parei muito para pensar em como seriam meus filhos, só sabia que os teria e que iria me amarrar em escutá-los falar e dar ainda mais corda para a imaginação deles. Sempre me encantei com as histórias das falas das crianças na primeira infância. Aquelas primeiras palavras que só as mães compreendem, as frases de duas palavras apenas e depois as colocações engraçadas, as conexões que elas fazem com coisas que ouviram, as supersinceridades… Mas tive dois filhos que não falavam. Bom, falavam, mas não dava para entender nada. Até os 4 anos, o mais velho dizia poucas coisas, e grande parte delas era a repetição das falas dos desenhos da televisão e a outra parte eram sons emitidos com muitas expressões faciais e gestos, mas que pouco se conseguia entender. Eu olhava para ele, como se assistisse a um filme mudo e ficava imaginando o que ele estava querendo me contar com tanta vontade.

Conheço a metodologia da Human Code há mais de uma década, e as informações que ela me deu diziam que meu filho era um transformador, que veio com estatura de um ancião para trazer renovação. E que ele traz uma manifestação expansiva e propagadora, com uma mente rápida e criativa e muito prazer em se comunicar.

Mas como o menino que pouco sabia falar podia gostar tanto de se comunicar? Foi atentando no perfil dele que comecei a prestar mais atenção nas maneiras que ele encontrava para se expressar. O que parecia uma limitação virou o gancho para explorar novas possibilidades. Hoje, a gente brinca de encenar as histórias de que ele gosta, e, como tem uma ótima memória, fica fácil para ele reproduzir as falas dos personagens.

A última peça que estreou aqui em casa foi a história dos Três Porquinhos. Eu sou o lobo, e ele imita todos os porquinhos. Usamos uma manta pra fazer de casa, e ele sai correndo quando eu assopro e a arranco de cima dele. Ele dá gargalhadas! E eu vejo a felicidade nos olhos dele de ser bem-sucedido ao seguir o script.

O Mapeamento da Human Code me ajudou muito a conhecer o meu filho sem o filtro de um diagnóstico médico. Essa ferramenta me fez entender que todos nós somos especiais e diferentes e que a manifestação da nossa essência se expressa sem impedimentos, como a água de um rio que corre e vai achando seu caminho. A nossa expressão e nosso pulso de vida são uma força além da nossa vontade e razão. Ter conhecimento de quais são os recursos com que chegamos a este mundo e saber que através deles fluimos é precioso.

O Mapeamento é um instrumento que nos aponta os caminhos por onde podemos lapidar nossas habilidades e usufruir de nossos dons com abundância e mínima resistência. Para os pais, ele alarga nossa visão sobre nossos filhos e amplia nossa capacidade de intervir positivamente no processo de desenvolvimento de cada um deles. Ele nos ajuda também a guiá-los melhor na caminhada de autoconhecimento e descobertas que todos nós trilhamos. E também nos concede a calma para aceitar e compreender os ciclos de desenvolvimento e o tempo certo para nos prepararmos para as janelas onde os saltos de crescimento se dão.

Patrícia Estefano

Analista Human Code, Arquiteta e Poeta, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Autora do livro Olhos no espelho (1999). Criadora do Studio Estefano Arch+Design, em Greenwich, Estados Unidos.

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