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Investir no desenvolvimento humano é o novo normal

Quanto mais a tecnologia avança no cotidiano das pessoas e das organizações, maior é o desafio de aprender habilidades relacionadas ao desenvolvimento humano. As Hard Skills que sempre estiveram no topo das prioridades agora dividem espaço com as Soft Skills. Mas elas não são ensinadas nas escolas e até aqui não eram prioridade na formação profissional. 

Criou-se com isso um profundo gap que precisa rapidamente ser corrigido com esforço individual e investimento consistente das organizações visionárias. Aquelas que enxergam a importância dos relacionamentos humanos para otimizar os resultados. O contexto já era bem complexo quando chegou a pandemia, intensificando a transformação digital em todos os setores. 

A necessidade de mudanças imediatas pressionou ainda mais as corporações para a adoção de novos processos de trabalho, com modelos de gestão lean que promovem maior interação entre os times. Caem as divisórias entre as áreas e os organogramas rígidos cedem lugar aos squads com intenso relacionamento humano, troca de aprendizado e responsabilidades compartilhadas.


Do lado de fora, consumidores muito mais exigentes e agora ainda mais estressados esperam por relações personalizadas e experiências fluidas. Certamente a tecnologia é um grande facilitador, mas é o relacionamento humano que vai impactar a performance da empresa.

“Há uma série de coisas que podem ser feitas para tornar esse atendimento mais humanizado e fazer com que o cliente sinta que realmente existe um ser humano que se importa com ele do outro lado.” Cris Junqueira, Co-Founder do Nubank

Não se trata de investir em um indivíduo somente, mas de apostar em um todo capacitado para um novo patamar na tomada de decisões. Agora elas são compartilhadas entre líderes de diferentes áreas e entre eles e seus times. Apenas esse aspecto já requer habilidades de relacionamento muito mais refinadas, mas os novos modelos de gestão também exigem profissionais com capacidade de ação, facilidade de interagir em grupo e disposição para aprender com os erros e continuar tentando. Tudo isso pede uma certa dose de disciplina,  humildade, gentileza e generosidade.

Sem falar da inquestionável necessidade de investir em novas competências com o Lifelong Learning para abrir novas e interessantes possibilidades profissionais. As pessoas precisam preparar-se para as novas demandas decorrentes do uso intenso de tecnologias, em organizações que apostam nos modelos de gestão mais adequados aos desafios gerados pela disrupção contínua.      

O “The Future of Jobs Report 2020”  do World Economic Forum mapeia os empregos e as habilidades do futuro, acompanhando o ritmo das mudanças. A proposta é lançar luz sobre as mudanças provocadas pela pandemia, contextualizando os fatos para obter as perspectivas de adoção de tecnologia, empregos e habilidades nos próximos cinco anos.

Algumas conclusões do estudo: 

  • As lacunas de competências continuam a ser altas, à medida que as habilidades em demanda em todos os empregos mudam nos próximos cinco anos. 
  • As principais habilidades e grupos de habilidades que os empregadores veem como crescendo em proeminência até 2025 incluem grupos como pensamento crítico e análise, bem como resolução de problemas e habilidades em autogestão, como aprendizagem ativa, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade.
  • A janela de oportunidade para requalificar trabalhadores tornou-se mais curta no mercado de trabalho recentemente restrito. Isso se aplica aos trabalhadores que provavelmente permanecerão em seus empregos, bem como àqueles que correm o risco de perder seus cargos devido ao aumento do desemprego relacionado à recessão e não podem mais esperar uma reciclagem no trabalho. 
  • Para os trabalhadores que devem permanecer em suas funções, a parcela de habilidades essenciais que mudará nos próximos cinco anos é de 40%, e 50% de todos os funcionários precisarão de requalificação.
  • Os empregados estão dando maior ênfase aos cursos de desenvolvimento pessoal, que tiveram um crescimento de 88% entre essa população. 
  • Aqueles que estão desempregados deram maior ênfase ao aprendizado de habilidades digitais, como análise de dados, ciência da computação e tecnologia da informação.

Nem todos estão preparados para o desafio de aprendizado das Soft Skills que o contexto passou a exigir. O primeiro passo é ter consciência de todo o movimento que impacta as novas relações de trabalho. Olhar para dentro de si também importa e muito. Apenas quando você se torna consciente das suas aspirações, valores, potencial e habilidades já adquiridas pode se dar conta do que falta para dar um passo à frente nesse novo tempo. 

Márcia Lerinna