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Transição e Comprometimento em tempos de crise

Tenho escutado muita gente preocupada com a “crise” no planeta e no país. E isso me lembrou algo que, outro dia, ouvi Prem Baba dizer:

“… lembrem-se que o momento poderá nos levar a subir ou a descer, na verdade o que estamos vivendo não é uma crise, porque uma crise é algo passageiro, e o que estamos vivendo não é passageiro, trata-se de uma mudança de eixo na nossa forma de viver, temos que encontrar maneiras diferentes de viver, temos que nos reinventar em absolutamente todos os sentidos, o amor tem que fazer parte dos processos, da economia, da arte, da educação, da politica, da saúde, da administração, das empresas, se não fizer tudo vai cair, neste momento nós não estamos batendo na porta da verdade, a verdade está batendo na nossa porta, o mundo está se transformando e o Brasil tem um papel muito grande neste jogo…”

Achei muito rico este alerta que nos provoca a olhar o momento a que muitos chamam “crise” como algo que veio para ficar, como um fluxo de transição que está chegando e nos convidando a nos movimentarmos de outra maneira.

Quando entendemos o caráter dinâmico da História da Terra, de seus seres e da Humanidade mais especificamente, compreendemos que há um fluxo subjacente em tudo. Capra já nos alertava para a importância de entendermos a crise como algo multifacetado e sobre a necessidade de adotar uma perspectiva mais ampla. Nas palavras dele: “se substituir a noção de estruturas sociais estáticos por uma percepção de padrões dinâmicos de mudança […] a crise apresenta-se como um aspecto de transformação”. Precisamos entender que há uma profunda conexão entre crise e mudança.

Percebo muita gente se contendo, como se este ciclo fosse passar, e ‘daqui a pouco’, tudo fosse voltar ao normal… É neste ponto que criamos o risco! O risco da desarmonia, do desequilíbrio, da escassez, do medo e por aí vai… Esta transição não é milagrosa, logo, nada vai cair do céu!! Ela dá trabalho, e muito, pois é o chamado a uma reconexão com percepções mais profundas, ligando nossos atos e decisões à essência de nós mesmos. É um ato de disciplina, concentração, foco, e atenção presente no agora. Isso tudo para superar nosso imenso barulho mental!!

Estamos completamente presos nas redes do cotidiano, que nos levam a agir focando ‘necessidades’ que estão estimuladas pelos mais variados apelos externos, desde estímulos oriundos da mídia até atitudes de omissão ou submissão nas nossas relações.

Todos esses vetores mentais criam uma enorme dispersão e nos distanciam de nossas reais necessidades. Por isso, nestas primeiras etapas de mudanças temos que nos esforçar em ir além das práticas normais do dia a dia. Pois precisamos exercitar a atenção, para nos reconhecermos e alinharmos comportamentos e hábitos com nosso mundo interno.

Quantas vezes nos pegamos comendo mais do que queríamos, ou mesmo aceitando fazer coisas que sabemos que não serão boas para nós? Dizendo ‘sim’ , quando nosso corpo e intuição gritam por um ‘não’?!

Isso para não falar nas inúmeras vezes em que nos comprometemos em mudar alguma atitude, e tempos depois, nos damos conta de que não fizemos nada!!!

Não é falta de vontade não!!! É que você não tem consciência que não esta no comando de você mesmo. Estamos vivendo a mercê de nossas mentes viciadas em pensar em milhares de coisas e agir sem conectar o corpo físico e as vontades internas. Ou seja, estamos presos a padrões limitadores, que não suportamos mais, e para sair disso há de se fazer força para construir uma outra trilha de atenção!!

Essa é a transição que estamos vivendo, a de ter escolha!!

E quando entendemos isso, damos ao nosso dia a dia outro sentido, pois se, por um lado, o momento está tenso, ele pode ficar pior ou melhor, depende de como você vai encarar o que esta acontecendo com o mundo!